quarta-feira, 15 de abril de 2009

Um Poeta Acaso












Sou um Poeta por acaso,

onde por acaso meu coração ficou querendo o teu.

Por acaso deixaste sem palavras,

no momento por acaso te conheceu.

Deveras saber que ao acaso tu és meu fado,

e por acaso sinto em minha alma a desventura.

Sinto, que ao acaso este amor que nunca reconhecerás,

o desejo que, por acaso nunca sentirás.


Vai... minha amada segue por acaso teu destino,

reverencia teu fascínio, por acaso em meu coração.

Branda as flechas, que por acaso dilacera meu âmago,

deste amor que ao acaso marcou está desilusão.

Vou viver sempre ao acaso,

até que um dia que por acaso lembrar.

que mataste e enviaste ao acaso,

O amor que um dia por acaso fizeste lembrar

Mario Chaves

Todos direitos reservados ao autor Mario chaves


sábado, 11 de abril de 2009

Despedida de um amigo













Eu não sei se isso acontece com tudo mundo. Mas tem começo de semana que é um desastre, aparece cada noticia desagradável! É nesse momento que damos uma freada e começamos a recapitular momentos que passaram em nossas vidas e então, passamos acreditar que somos marionetes feitas de pano na mão de Deus.

Diante disso, na segunda-feira no dia 16 de Fevereiro acordei com pé esquerdo.

Em primeiro lugar, lendo o jornal cheio de noticias ruins. Em segundo, sujando a mão, com essas desgraçadas tintas que usam nos jornais. Bem que gostaria de fundar um jornal feito totalmente de plástico com impressão com tintas especiais. Ai os ambientalistas cairiam em cima com gosto de gás e diriam em letras garrafais: empresário bem sucedido polui o meio ambiente com várias toneladas plásticas, caracterizando crime ecológico.

Lógico, que faria muitas mudanças radicais em nossas vidas, principalmente naqueles momentos sublimes de um rei sentado no seu trono, lendo as orelhas de burro do Presidente e também as noticias internacionais da crise mundial, onde as esperanças estão voltadas para o canta fino que só cigarra de verão, que até agora não conseguiu dizer o povo americano para que veio. Nesses casos perderíamos o prazer de nos vingarmos dessas noticias ruins e enfadonhas passando nos traseiros, como sinal de protesto.

Olho para o relógio e observo o caminhar lento dos ponteiros, cumprindo o seu papel como marcadores dos tempos. Por volta das 16:30 minutos, quando estava indo para mais uma audiência empresarial, de repente meu celular toca e olho para o visor e vejo que está registrando uma chamada sem identificação do número. Em particular não gosto de atender ligações desse tipo, por que são tão perigosas e também por outros motivos aparentes. Mas, devido às tantas insistências atendi.

Era uma amiga de muito tempo, desde a Escola Técnica Federal do Ceará que, mais tarde passaria a trabalhar comigo na mesma empresa e sempre no mesmo setor de Projetos.

Lembro-me que éramos jovens cheios de sonhos e com muitas esperanças de conquistas, tínhamos ainda dentro do peito o orgulho de pertencer uma das maiores empresas do Norte e Nordeste. O importante é que em nossa época os colegas e amigos de trabalho compartilhavam com os mesmos objetivos de trabalhar para o engrandecimento do Nordeste.

Posso até dizer com orgulho que nós todos fizemos parte desses momentos e podemos nos orgulhar de termos conseguido deixar o Estado do Ceará mais iluminado e feliz. Tempos bons...

Mas o tempo passa e não podemos ficar parados olhando a carruagem da história, temos que seguir em frente com a cabeça erguida e com o olhar adiante e nunca com tristeza de criança, deixando de tentar e começar de novo. Porque essas mudanças acontecem dentro de um circulo evolutivo, embora que muitas vezes são amargos e sem controle.

Então a minha inesquecível Penélope Charmosa, passa a noticia que um amigo nosso de trabalho, o qual trabalhamos juntos por um bom tempo, havia falecido.

No momento dessas noticias o nosso espírito se cobre de tristeza e de solidão e sentimos um desejo engasgado que aos poucos vai passando, mas ficamos a pensar na imagem daquela pessoa que convivemos com o dia-a-dia do mesmo trabalho.

E chego até lembrar bem do ambiente onde trabalhamos e dos momentos de descontração que tínhamos com os companheiros que compartilhavam com a mesma labuta. Lembro de momentos bons que passamos em sua companhia e momentos hilariantes como os que relato a seguir.

Quando era perto do final do expediente da manhã, ele saia em companhia de amigos para o almoço e, quando chegavam, ficavam todos ao seu redor a pedir-lhe orientações ou ajudas de alguma coisa meramente caseira, eram coisas fúteis mais serviam de consolos. Recordo que ficava com rumor quando não tinha alternativas emergenciais para as soluções dos seus conselhos e dizia.

— Procure um aDvogado!

— Não é Chevão!

Chevão era maneira festiva de me chamar, devido ao meu sobrenome ser Chaves, então usava esta forma singular olhando para mim.

O mais curioso disso tudo é que ele reforçava bem o D da palavra Advogado e pronunciava desta forma aDvogado, então nesse momento eu entrava com uma parodia. Isso era hilariante. Ele ficava mordido quando repetia com ironia, contestando o que ele afirmava.

— E eu repetia, com ênfase, é sim, deve-se procurar um aDvogado. E apresentava um sorriso ladino... Isso tudo era hilário.

Amigo... gostaria neste momento de pedir a Deus que esquecesse que somos seus fantoches, feitos de panos e nos desse de presente um pouco mais de sua vida e voltássemos ao passado, ai diríamos tudo que pensamos mas definitivamente pensaríamos em tudo que dissemos.

Portanto, amigo, o que eu quero te dizer, de onde estiveres é que tudo o que pensamos, o que dissemos, fizemos e sentimos, foram momentos e fatos que ficarão na história, momentos grandiosos, porque trabalhaste e fizeste o melhor para o crescimento do nosso Estado.

É uma pena que, em função da ordem que rege o universo, o Deus de todas as coisas não possa conceder mais um pouco da tua vida ao nosso lado para podermos motejar, contar história, rirmos juntos das minhas piadas, por fim, simplesmente viver.

Nestes momentos as palavras perdem o sentido diantes das lágrimas contidas e das saudades que iremos sentir, mas nós sabemos que você tinha que ir, ficamos aqui com suas lembranças e com a certeza de um dia nos encontramos no outro lado da vida.


Todos os direitos reservados ao autor Mário Chaves