quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OS PRIMEIROS CARROS NO BRASIL. Parte I














Nesta manhã de 1891 o céu apresentava um azul diferente dos outros dias, as nuvens completavam aquela paisagem de raríssima beleza no cais do porto de Santos em São Paulo.

Isto tudo tinha um significado muito especial era chegada do famoso transatlântico “Portugal” que vinha da Europa trazendo ilustres famílias tradicionais do velho mundo. Eram Famílias Inglesas, Germânicas, italianas e até mesmo brasileiras que foram passar o outono na França curtindo a beleza e do frenesi da encantadora Paris.

No cais a bagunça era geral. As famílias de parentes e amigos ficavam a espera dos desembarques para abraçá-los e para saber das últimas novidades do velho mundo.

No meio daquela confusão ficavam os tílburis a espera dos desembarques dos passageiros para levá-los até a estação da famosa empresa Railway (A Brasil Railway Company), onde pegarão o trem para capital.

Em geral, sempre quando chegavam navios vindo do velho continente traziam novidades que até então eram desconhecidas por todos naquela época. Em dado momento ouvi-se uns gritos de entusiasmos e de espantos vindos nos porões do navio. Vinha descendo pela uma rampa de madeira uma máquina que andava sozinha em quatro rodas, sem precisar de ser puxada por cavalos. Tratava-se do primeiro automóvel a chegar no Brasil.

E o dono desta maravilha era um rapaz de dezoito anos mineiro chamado de Alberto Santos Dumont que anos mais tarde seria o inventor e pai da aviação. Naquele momento Alberto Santos Dumont retornava da França com a família e com seu pai Henrique Santos Dumont engenheiro e dono de fazendas no interior de São Paulo, vinha de um tratamento de saúde que fazia nas termas de Lamaloule-les-Bains, e Alberto aproveitou e foi até uma cidade de Valentigney que ficava dos arredores de Paris e comprou um carro um Peugeot por 6200 francos. O carro tinha um motor Daimber inventado a cinco anos atrás, porém a própria Bens já desenvolvia um similar de 3,5 Cv de dois cilindros em V 1.018 cm3 com muito mais potência.

Alberto trouxe o Peugeot para São Paulo, e foi morar com seus pais e sete irmões, no palacete da alameda Nothmam esquina com alameda Cleveland, mandou construir uma garagem e guardou o automóvel, e nunca mais saiu para andar com o veiculo pelas ruas de São Paulo, dizem até que ele comprou para estudar o mecanismo do motor do que para guiá-lo, dizem também que nesta época ele já sonhava com balões dirigível e com motor mais leve do que do Peugeot.

Em maio de 1893, Henrique seu pai voltou a Europa para continuar o tratamento de saúde, fazendo-se acompanhar de sua esposa Francisca e de Alberto.

Na ausência do irmão, Henrique Santos Dumont seu irmão mais velho que tinha o mesmo nome do pai. Era um moço muito educado e querido pelas moças da sociedade que o chamava de “Rik”,tirou da garagem o carro e foi dar uma volta pelo centro de São Paulo, e neste momento provocou uma agitação geral dos curiosos que ficavam apavorados com tal acontecimento e até os cavalos ficavam inquieto, e saiam em alvoroço com medo naquela apavorante máquina que fazia ruindo bem característico de bomba hidráulica. Daquelas que temos em nossa casa de campo. Imaginem a curiosidade que sentiam aquela gente. Com este feito coube a Henrique o título de ser o pioneiro brasiliano a dirigir o primeiro automóvel no Brasil.

Os anos se passaram por volta de 1893, em uma viagem a Europa o jornalista José do Patrocínio. Aquele... Que lutou pela libertação dos escravos anunciou de viva voz em frente à uma praça na rua Olinda no Rio de Janeiro “Trago de Paris um carro a vapor que será o carro do futuro”. Agora pergunto? Como foi que ele comprou, sendo jornalista falido, e como consegui ir a Europa comprar um carro. Só se foi com dinheiro da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Nos anos 1893 ele foi deportado para Cucuí no alto da amazonas a mando do Marechal Floriano Peixoto e só voltando três anos depois para trabalhar. E nesse período o Rio de Janeiro estava em Estado de Sítio e seu jornal “A cidade do Rio” estava suspenso e sem fonte de renda foi morar no subúrbio de Inhaúma. Eu acho que o mensalão já existia naquela época!

Pois bem, continuando a história comprou um carro de marca Serpollet com motor de 8cv e quatro cilindros em V, portanto era o segundo carro a chegar no Brasil e provocou espantou nos transeuntes da Capital Federal.

Patrocínio muito alegre satisfeito convida os amigos para dar uma volta e ninguém aceitou. Não aceitaram com medo de andar, e alguns davam desculpa que tinha família para criar e não ficava bem e não era seguro andar naquela máquina esquisita. O único que aceitou foi o poeta Olavo Bilac e ele queria aprender a difícil arte de dirige.

Então José do Patrocínio e Olavo Bilac saíram andar naquela manhã de domingo, espalhando pânico entre os pacatos moradores da rua Olinda em nova Iguaçu e depois atravessaram a cidade e foram em rumo da Tijuca. Alegria era tão contagiosa que José do Patrocínio insistia com Olavo Bilac a dar mais pressão, e em dado momento Bilac perde o controle da alavanca de direção, o automóvel fica desgovernado os dois pressentindo o acidente pulam. O automóvel bate em uma arvore e despenca no barranco. Os dois saíram ilesos, mas o veiculo fica inutilizado. Este foi o primeiro acidente de trânsito a se ter noticias até hoje.

No ano de 1897, ainda no Rio de Janeiro um industrial chamado de Álvaro Fernandes da Costa Braga fundador da Fabrica de chocolate e do café moinho de ouro, ele importa um carro Benz com motor monocilíndro de 6cv e na parte traseiro da carroceria instalou um moinho holandês de quatro pás para fazer propaganda dos seus produtos, isto que dizer que o marketing em propaganda móvel começou a existe a partir naquele momento.

A maior preocupações deles naquela época, eram que ninguém sabia dirigir, principalmente brasileiros. Não sabia mesmo! E como ainda não sabem, é por isso que hoje são todos maus educados no transito. Então... Álvaro convida um amigo James Mitchell para lhe ensinar e sentou ao seu lado e o amigo J.A. Byington ficou dentro do moinho.

Na foto apresentada, vale observar que o homen que ficam em pé ao lado de James é irmão caçula de Álvaro e o outro encostado no carro era o seu Contador, que naquela época chamavam de guarda- livros.

Então saíram pelas ruas amostrando a nova novidade, e os curiosos se admiravam, mas já não havia mais alvoroço, já estavam se adaptando com modernidade, o problema que não havia regras de transito, então não se sabia que é mão e nem contra-mão. E foi neste exato momento o carro entra em uma rua no sentindo contrario de um bonde puxado a burros, que se espantaram ao ver o moinho com as pás girando, os animais empinaram e pulam sobre o carro de propaganda.

O bonde ficou atravessado na linha, e diversos passageiros desmaiaram e o cocheiro que era um português tentava convencer uns dos burros que eles não tinham culpa, e que a culpa toda era do moinho que não podia ficar ali, e que eles estavam com razão. Ora já se vi conversar com animais! Isto o começou de uma grande deboche.

Até hoje não se sabe que resultou o acidente que repercutiu demais na cidade do Rio de Janeiro, só o que se sabe quê depois da conversa do português com os burros, que os brasileiros ainda debocham dos Português.

Este são acontecimentos interessantes que serão relatados no meu próximo livro que estou escrevendo com o título (Meu Brasil Varonil) Direitos reservados ao autor M. Shêlves






3 comentários:

Unknown disse...

Muito interessante este assunto gostei de saber a historia dos primeiros carros, estou esperando a segunda parte.Do amigo que está longe mais nunca esquece o tempo que fizemos exame para CPROR

Unknown disse...

muito bom. Você está de parabéns, um trecho sólito e de uma boa estória. O carro faz parte da vida do homem em toda sua existência.Gostaria de ler a segunda parte.

Kátia Soares disse...

Como vai Sr. Chaves?
Pesquiso a vida da neta do Sr. Alvaro Braga,Aurélia de Souza Braga, filha de Alvaro Lisboa Braga, filho desse fundador da fábrica Ao Moinho de Ouro. Gostaria de saber mais sobre a história da fábrica e saber o que aconteceu com os descendentes.
Como ela era uma professora bem formada, mas sem ter estudado formalmente, eu acho que a educação que ela recebeu no lar foi muito especial. Preciso identificar se essa formação cultural veio dos seus antepassados mesmo. Agradeço por qualquer informação que puder me ajudar. Principalmente quais são as fontes onde posso pesquisar.
Desde já obrigada.
Kátia.